quarta-feira, 15 de março de 2017

Cantiga de Amor e Cantiga de Amigo ♥

Olá Pessoal!
Hoje vamos falar sobre a Cantiga de Amor e Cantiga de Amigo. 
Então, vem com a gente!


Cantiga de Amor
      
 Na cantiga de amor, o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se em uma posição inferior a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. 
Os apelos do trovador colocam-se alto, num plano de espiritualidade, de idealidade ou contemplação platônica, mas entranham-se-lhe no mais fundo dos sentimentos; o impulso erótico situado na raiz das súplicas transubstancia-se, purifica-se, sublima-se. (Moisés, Massaud. A Literatura Portuguesa, São paulo, 1960, p.20)
 Como exemplo, vejamos essa cantiga de Paio Soares Taveirós:

 1- No mundo non me sei parelha,
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e – ai!
4- Mia senhor branca e vermelha.
5- Queredes que vos retraya
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos semelha 
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia 
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.

Para entender melhor o vocabulário usado na época, fizemos uma "colinha" pra vocês! 😂

Nom me sei parelha: não conheço ninguém igual a mim.
Mentre: enquanto.
Ca: pois.
Branca e vermelha: a cor branca da pele, contrastando com o vermelho do rosto, rosada.
Retraya: descreva, pinte, retrate.
En saya: na intimidade; sem manto.
Que: pois.
Des: desde.
Semelha: parece.
D’haver eu por vós: que eu vos cubra.
Guarvaya: manto vermelho que geralmente é usado pela nobreza.
Alfaya: presente.
Valia d’ua correa: objeto de pequeno valor.
Um exemplo de música dos dias atuais, seria "Amo em Silêncio do Roupa Nova".
Cantiga de Amigo
É escrita igualmente pelo trovador que compõe cantigas de amor, e as de escárnio e maldizer. Esse tipo de cantiga mostra outro lado da relação amorosa. O sofrimento demonstrado na cantiga de amor, é agora representado pelo sofrimento amoroso da mulher que pertence às camadas mais populares, como, por exemplo, as pastoras, camponesas, etc. A palavra "amigo" podia significar namorado e amante
 O drama é o da mulher, mas quem ainda compõe a cantiga é o trovador: 1) pode ser ele precisamente o homem com quem a moça vive sua história; o sofrimento dela, o trovador é que o conhece, melhor do que ninguém; 2) por ser a jovem analfabeta, como acontecia com às fidalgas. (MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa, São Paulo, 1960, p.22).
A cantiga de amigo possui caráter mais narrativo e descritivo que a de amor, de afeição analítica e discursiva. E classifica-se de acordo com o lugar geográfico e as circunstancias em que decorrem os acontecimentos, em serranilha, pastorela, barcarola, bailada, romaria, alba ou alvorada (surpreende os amantes no despertar dum novo dia, depois de uma noite de amor). (MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa, São paulo, 1960, p.22). 



Pessoal, no próximo post vamos falar sobre as Cantigas de Escárnio e Maldizer.
Até lá.

 Beijoooooooos ♥ 

Postado por Maria Creusa e Sara
Referências:
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1988, p. 20.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1988, p. 22.
https://www.colegioweb.com.br/trovadorismo/as-cantigas-de-amor.html

Trovadorismo - Conceito Histórico

Olá pessoal!
Nesse semestre vamos estudar a Literatura Portuguesa. Começaremos pelo Trovadorismo, e a importância desse movimento.

Então, vamos lá?! 


TROVADORISMO (1198-1418)    



       Designa-se por Trovadorismo o período que engloba a produção literária de Portugal durante seus primeiros séculos de existência (séc. XII ao XV). No âmbito da poesia, a tônica são mesmo as Cantigas em suas modalidades; enquanto a prosa apresenta as Novelas de Cavalaria. 

Contexto Histórico 

Momento final da Idade Média na Península Ibérica, onde a cultura apresenta a religiosidade como elemento marcante. 

A vida do homem medieval é totalmente norteada pelos valores religiosos e para a salvação da alma. O maior temor humano era a idéia do inferno que torna o ser medieval submisso à Igreja e seus representantes. 

São comuns procissões, romarias, construção de templos religiosos, missas etc. A arte reflete, então, esse sentimento religioso em que tudo gira em torno de Deus. Por isso, essa época é chamada de Teocêntrica. 

As relações sociais estão baseadas também na submissão aos senhores feudais. Estes eram os detentores da posse da terra, habitavam castelos e exerciam o poder absoluto sobre seus servos ou vassalos. Há bastante distanciamento entre as classes sociais, marcando bem a superioridade de uma sobre a outra. 

O marco inicial do Trovadorismo data da primeira cantiga feita por Paio Soares Taveirós, provavelmente em 1198, entitulada Cantiga da Ribeirinha. 

Características 

A poesia desta época compõe-se basicamente de cantigas, geralmente com acompanhamento de instrumentos (alaúde, flauta, viola, gaita etc.). Quem escrevia e cantava essas poesias musicadas eram os jograis e os trovadores. Estes últimos deram origem ao nome deste estilo de época português. 

Mais tarde, as cantigas foram compiladas em Cancioneiros. 
Cancioneiro da Ajuda, composto no reinado de Afonso III (fins do século XIII), o que exclui a contribuição de D. Dinis (reinou entre 1268 e 1325 e foi chamado Rei Trovador); contém 310 cantigas, quase todas de amor; Cancioneiro da Biblioteca Nacional (também chamado Colocci-Brancuti, homenagem a seus dois possuidores italianos, dos quais Brancuti foi o último), é uma cópia italiana do século XVI, possivelmente de original do século anterior; contém 1647 cantigas de todos os tipos e engloba trovadores dos reinados de Afonso III e D. Dinis; Cancioneiro da Vaticana (o nome lhe vem de ter sido descoberto na Biblioteca do Vaticano, em Roma), também cópia italiana do século XVI, de original da centúria anterior, inclui 1205 cantigas de escárnio e de maldizer, de amor e de amigo. (MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa, São Paulo, 1960, p.24). 

         
As cantigas eram cantadas no idioma galego-português e dividem-se em dois tipos: líricas (de amor e de amigo) e satíricas (de escárnio e mal-dizer). 


Postado por Reinaldo.

Referências: 


MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1960.
MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa, São Paulo, 1960, p.24

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No próximo post fararemos sobre as Cantigas de Amor; Cantigas de Amigo; Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer.

Esperamos vocês!

Beijooooooos






     
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Apresentação


Blog criado pelos alunos de Letras licenciatura Português/Inglês da UNIP para postagem do conteúdo acadêmico relativos a disciplina de APS- Atividades Práticas Supervisionadas. O tema abordado será: O ENSINO DA LITERATURA E AS NOVAS TECNOLOGIAS. 




Karoliny Medeiros Brandão RA: D07HIF-0
Reinaldo Siqueira de Souza RA: C9444A-5
Maria Creusa da Silva RA: C93IDG-4
Sara Severo da Silva RA: 629169-4
Ana Flávia Freitas Garcia RA: N11126-7

domingo, 30 de outubro de 2016

Dicotomias de Saussure.

Oi, amigos!

O post de hoje será sobre as dicotomias estudadas pelo nosso camarada Ferdinand Saussure. Se você ainda não sabe quem é ele, dá uma olhadinha aqui: http://linguagemculturaecialtda.blogspot.com.br/2016/10/ferdinand-de-saussure-biografia-e-obra.html *----*
E pra quem ainda não sabe o que é DICOTOMIA, aí vai uma ''cola'':



Sendo assim, dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias.

Ex: Dia x Noite 
      Bem x Mal 
      Céu x Inferno

DICOTOMIA é uma palavra com origem do grego DIKHOTOMÍA.


As dicotomias de Saussure são divididas da seguinte forma:


SINCRONIA x DIACRONIA.
Diacronia vem do grego dia que significa através, e kronos que significa tempo. Diacronia estuda as mudanças que a língua sofreu através do tempo.
A palavra sincronia vem do grego sin que significa juntamente, e kronos que significa tempo. É o estudo da língua em um determinado período do tempo.
Para Saussure, a linguística deveria centrar suas atenções na descrição de um estado de língua, ignorando as transformações que a antecederam e as que se sucederão.
Resumindo, no estudo sincrônico o elemento linguístico está sendo definido na relação que ele estabelece com os outros da língua naquele estado de língua, ou naquele estado em que a língua se apresenta, naquele dado ponto fixado no tempo. No estudo diacrônico, o elemento linguístico está sendo definido em relação aos elementos linguísticos que o antecederam ou sucederam em diferentes estados do tempo. 

LÍNGUA x FALA. 
Para Saussure, língua e fala também são diferentes. Para ele, a língua é o sistema, é o todo, é um conjunto de signos que uma comunidade utiliza para se comunicar, e também das regras que delimitam esse conjunto. Logo, a língua é uma coisa coletiva, social. Saussure também chama a língua de "LANGUE". Já a fala é o uso individual, a escolha de cada um. É a "PAROLE". Porém, Saussure, sempre deixou claro que seu objeto de estudo é a língua, e não a fala.

Diferenças entre Língua e Fala: 
SIGNIFICADO x SIGNIFICANTE.
É a dicotomia mais importante de Saussure porque formam o signo linguístico e, como tudo significa algo, tudo é signo. Significante é a parte "material" como, por exemplo, falar ou escrever a palavra BICICLETA. Já o significado é o conceito imaterial disso, ou seja, que se tem de bicicleta: rodas, freio, guidão. 




PARADIGMA x SINTAGMA.
O PARADIGMA é o conjunto de componentes do qual você pode se valer para compor seu enunciado. Por exemplo, quando você diz: A UVA É GOSTOSA.
Você poderia substituir UVA por morango, laranja ou melancia. As três são frutas tanto quanto a uva e você poderia as ter escolhido. Também poderia ser substituído GOSTOSA por saborosa, deliciosa ou boa. Os três são adjetivos que demonstram aprovação; no entanto você escolheu gostosa. O enunciado A UVA É GOSTOSA é o sintagma, a escolha lexical que foi feita. Já todos os outros termos dos quais você poderia ter se utilizado constituem o paradigma. 




Bom, chegamos ao fim de mais um post. Mas em breve, estaremos de volta, com muito mais conteúdo para vocês! Dúvidas e sugestões, deixem o seu comentário abaixo.

Beijinhos ;*


REFERÊNCIAS:
http://www.recantodasletras.com.br/discursos/2662888
http://misteriodas.blogspot.com.br/2008/11/dicotomias-de-saussure.html letras
https://s.dicio.com.br/dicotomia.png


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Reinaldo Siqueira de Souza RA: C9444A-5
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terça-feira, 18 de outubro de 2016

100 anos da Linguística como ciência.















Oi, amigos!

Vocês sabiam, que em 2016 comemoramos 100 anos de linguística como ciência?!

Vamos voltar lá em 1916, quando Charles Bally e Albert Sechehaye, alunos de Ferdinand Saussure, escreveram o livro "Curso de Linguística Geral" baseado em anotações feitas, durante as aulas de Saussure, oferecidas na universidade de Genebra de 1906 até 1911. Saussure morreu em 1913. Sendo assim, o livro foi lançado três anos após sua morte.

Neste curso, Saussure traz as famosas DICOTOMIAS.
E o que é dicotomia?
Dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno etc.
Elege a língua em oposição a linguagem, como objeto central da linguística. São introduzidos os termos:

-Diacronia: O estudo da história da língua.
-Sincronia: O estado da língua. 

Saussure caracterizou a linguagem como um sistema de signos: significado e significante. 

E o que é o signo na linguística
signo linguístico é um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante.
Por exemplo: 
O curso aplicado por Saussure é fundamentado em dicotomias. São elas: 

-Língua x Fala
-Sincronia x Diacronia
-Sintagma x Paradigma
-Significado x Significante

Em outro post no blog, entraremos mais a fundo em cada dicotomia apresentada por Saussure.

Vamos comemorar o centenário da linguística com muita alegria.
Vamos lembrar da importância da linguística, no dia-a-dia, e principalmente na VIDA. 

PARABÉNS SAUSSURE! PARABÉNS LINGUÍSTICA! 


REFERÊNCIAS: 




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Ferdinand de Saussure: biografia e obra

Nascido em Genebra, na Suíça, em 26 de novembro de 1857, Ferdinand de Saussure aproximou-se dos conhecimentos relacionados à linguagem a partir de um amigo da família, Adolphe Pictet. Saussure, ainda muito jovem, foi autodidata nos estudos de idiomas e, além de dedicar-se aos estudos linguísticos, área em que ele fez importante contribuição, Saussure, estudou também outras disciplinas, como Química e Física.

(Imagem retirada do google imagens) 

Saussure foi precoce, sendo que aos 21 anos defendeu uma dissertação sobre os estudos das vogais e em seguida defende sua tese sobre estudos relacionados ao sânscrito. Entre os anos de 1907 e 1910, Saussure ministra três cursos sobre linguística na Universidade de Genebra. Os ensinamentos apresentados por ele nesse curso, foram compilados na obra Curso de Linguística Geral, livro publicado em 1906 e que foi fruto das anotações de alunos que assistiram ao curso.


Em sua contribuição sobre os estudos linguísticos, Saussure aborda estes fenômenos a partir da noção de dicotomia, ou seja, a partir da compreensão de que os fenômenos linguísticos estão compostos de pares de opostos, aspecto que aparece fortemente sintetizado na sua célebre frase "na língua só há diferenças". Para ele, na língua funciona sincronicamente e nela estão em movimento valores fundamentais que entram em oposição uns aos outros. Há, segundo ele nos ensina, uma estrutura na mente de cada ser que fala a língua, uma estrutura homogênea que é fruto da experiência social.  A Linguística, na perspectiva de Saussure precisa estar voltada para o estudo dessa estrutura presente na língua e em cada falante dela, e não no estudo da fala, que seria o ato individual que está sujeito a mutações.  



Visando este tipo de investigação, Saussure, busca enfocar o que ele denominou de "visão sincrônica", ou seja, em seus trabalhos, o autor procura apresentar descritivamente os fenômenos linguísticos em seu funcionamento em um certo momento do tempo, e não em sua dimensão histórica. Com este tipo de abordagem, Saussure rompe com a perspectiva que imperava na área no século XIX. Saussure nos mostra ainda como o signo linguístico é formado por significado e significante, sendo este uma acústica (os sons) que se encontram na forma presente em cada signo e o significado diz respeito ao conteúdo presente em um determinado signo linguístico.


A contribuição de Ferdinand de Saussure foi grandiosa e lançou sementes sobre diversos campos nas Ciências Humanas, para além dos estudos linguísticos. Áreas como a Antropologia (na teoria de Claude Levi-Straus), a Psicologia, a História e a Psicanálise (em especial em solo francês, na teoria de Jacques Lacan), entre outros, estreitam diálogos fecundos com as contribuições do linguista suíço.

Karoliny Medeiros Brandão RA: D07HIF-0
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Apresentação.


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